Cólica renal e cólica biliar
Cólica renal e cólica biliar: qual a diferença?
Muita gente acha que cólica renal e cólica biliar são sinônimos. Na verdade, essas dores têm origens muito diferentes, mas é comum que sejam confundidas.
O principal motivo que leva a esse equívoco é a intensidade da dor, que pode ocorrer no abdômen e na região das costas.
Por serem áreas relativamente próximas, pode ficar difícil distinguir o ponto em que a cólica é mais forte. Ambas as cólicas costumam vir acompanhadas de alguns sintomas, que, geralmente, são febre, náuseas e, no caso das cólicas mais persistentes, vômitos.
Quando os cálculos começam a gerar dor, é importante as principais diferenças entre a cólica renal e a biliar.
Origem
Os próprios nomes já dão uma ótima indicação de onde acontece o problema. A cólica renal é uma dor resultante dos cálculos renais, que são conhecidas popularmente como pedra no rim.
Esse cálculo pode ser se instalar em qualquer órgão do trato urinário, como rins, bexiga, ureteres e uretra.
Enquanto isso, os cálculos biliares estão relacionados ao sistema biliar, que engloba a vesícula biliar, os ductos císticos, hepáticos e colédoco.
Região da Dor
Mas é importante saber que as dores da cólica renal e da cólica biliar são diferentes. Se você conseguir mostrar para o médico o “caminho” da dor, facilita o diagnóstico.
A presença de cálculos nos rins dão dores extremas que se iniciam nas costas. Se a dor for do lado esquerdo, significa que o cálculo está se movimentando no seu rim esquerdo.
Essa dor nas costas pode irradiar para o abdômen e para a região genital. Dependendo do tamanho da pedra e da intensidade do problema, pode ocorrer o aparecimento de sangue na urina.
A cólica biliar, por causa da posição da vesícula no corpo humano, ocorre do lado superior direito do abdômen, e se espalha para a parte de cima da caixa torácica ou para as costelas.
Diagnóstico
Em um atendimento o médico vai procurar, primeiramente, pelas evidências clínicas. É importante que o paciente diga o que está sentindo e quando começaram os sintomas.
Mas, na grande maioria das vezes, pode ser necessário realizar exames de imagem para confirmar o diagnóstico, detectar se há algum comprometimento do órgão e iniciar o tratamento correto.
No caso do cálculo renal, pode ser realizado um raio-X, um ultrassom ou uma tomografia computadorizada. Essa última registra fotografias do corpo em ângulos diferentes, reconhecendo pedras de todos os tamanhos.
Para confirmação de cálculo biliar, os médicos indicam um ultrassom do abdômen. O ultrassom, além de indicar a presença dos cálculos, consegue identificar a quantidade, o tamanho e a existência ou não de sinais de inflamação.
Causas
A predisposição genética é uma das principais causas tanto dos cálculos renais quanto dos cálculos biliares.
Entretanto, algumas ações do dia a dia contribuem para a formação dos cristais, e os fatores que aumentam os riscos são diferentes entre os dois casos.
Uma das razões mais frequentes para a formação do cálculo renal é a baixa ingestão hídrica, que leva a um volume insuficiente de urina, acelerando o processo de acúmulo de cristais.
As pedras podem ser formadas pelo excesso de excreção urinária de diferentes componentes, como cálcio, fosfato, oxalato e cistina, todas causadas por distúrbios metabólicos.
Os cálculos biliares também são resultado de uma aglomeração de cristais, mas a origem desse acúmulo é diferente em relação aos cálculos renais.
Alguns grupos têm mais chances de desenvolverem este problema, como pessoas com obesidade, fumantes, diabéticos, hipertensos, mulheres em idade fértil e adultos acima de 40 anos.
Sedentarismo, uso prolongado de anticoncepcional, dieta rica em gorduras e carboidratos e deficiência de fibra aumentam a probabilidade de desenvolver cálculo biliar.
Intensidade e tempo de duração da cólica
Com o uso de medicamentos analgésicos, é possível diminuir o desconforto e aumentar o tempo entre os picos de dor. Vale ressaltar que todo remédio deve ser tomado com indicação profissional.
A cólica renal é mais persistente em relação à cólica biliar. Por ter uma duração imprevisível e ser extremamente dolorosa, a cólica renal requer, muitas vezes, atendimento médico em regime hospitalar.
Os cálculos na vesícula geram dores fortes e de início súbito. Apesar de também gerar muito incômodo, a cólica biliar se intensifica no período de até uma hora e depois diminui.
Tanto a cólica renal quanto a cólica biliar podem ter complicações, como infecções. Por isso, é importante consultar um médico para fazer o diagnóstico e indicar o tratamento.
Tratamento
O tratamento das cólicas é feito através de medicamentos, receitados pelo médico no momento do atendimento de emergência.
Mas para que o problema não ocorra novamente, é preciso tratar os cálculos em si. O cálculo renal pode ser expelido de forma espontânea por via urinária, sem a necessidade de intervenção. Porém, quando essa eliminação não acontece de forma natural, podem ser feitos tratamentos cirúrgicos para a sua retirada.
Atualmente a maioria das cirurgias são feitas de forma minimamente invasiva, muitas vezes sem necessitar de cortes ou incisões na pele.
Por ser uma questão, muitas vezes, de origem genética, é preciso fazer um acompanhamento regular ao urologista, para que sejam avaliados parâmetros como ácido úrico, cálcio, uréia e creatinina.
O caso do cálculo biliar é diferente. Em grande parte das vezes é indicada uma cirurgia de remoção da vesícula biliar para que os cálculos do ducto biliar sejam extraídos.
O procedimento é feito de forma minimamente invasiva, geralmente através de laparoscopia, por um Cirurgião Geral.
Todas essas decisões são tomadas levando em conta a necessidade do paciente, sua idade e a urgência do procedimento.
O mais importante é procurar atendimento médico assim que perceber o início da cólica renal ou da cólica biliar, para evitar os picos de dor e começar o tratamento o quanto antes.